Câncer de mama na gravidez: é possível iniciar o tratamento?
A gravidez é um período único na vida de uma mulher, porém não a deixa imune a doenças. Sendo o câncer mais comum nas mulheres, o câncer de mama pode acontecer também durante a gravidez. Em primeiro lugar temos que lembrar que a escolha do tratamento neste momento de vida da mulher deve considerar o bem estar de duas pessoas: a mãe e o bêbe. É importante também dar o melhor tratamento possível. O tratamento ideal busca o equilíbrio destas duas questões.
Como toda mulher que vai começar um tratamento de câncer de mama, a mulher grávida deve fazer exames de imagem para conhecermos melhor onde tem doença. Radiografia de tórax com proteção para o feto, ultrassom de abdome e ressonancia magnética de coluna são melhores escolhas que tomografia e cintilografia na gestante.
Vamos então aos quatro pilares do tratamento do câncer de mama e suas peculiaridades:
– Cirurgia: a cirurgia é o tratamento local de escolha também na gestante. A operação pode ser realizada em qualquer trimestre da gestação sem prejuízo para o bebê. Temos porém uma diferença: em grávidas a preferência é pela retirada de toda a mama já que quando se faz a cirurgia conservadora é necessário complementar o tratamento com radioterapia (falaremos da radioterapia em breve). A cirurgia plástica para reconstrução da mama deve ser realizada após o nascimento do bebê.
– Radioterapia: a radioterapia está contraindicada em mulheres grávidas pelos riscos ao bebê com chance até de aborto. Mulheres que fazem cirurgia conservadora devem fazer a radioterapia na mama após o término da quimioterapia, quando indicada. Mulheres que descobrem o câncer mais no final da gravidez podem ter a opção de fazer a cirurgia conservadora. Isso se o momento ideal de radioterapia coincidir com o período após o nascimento do bebê
– Quimioterapia: depois dos três primeiros meses de gestação, podemos usar várias drogas quimoterápicas com segurança para mãe e para o bebê. No entanto, bebês de mães que fizeram quimioterapia têm maiores chance de prematuridade e baixo peso.
– Hormonioterapia: o uso de bloqueio hormonal em mulheres grávidas está contra indicado pelo maior risco de aborto, morte fetal e malformações.
Outras medicações comuns de serem usadas na paciente em quimioterapia como remédios para vômitos e injeção para estimular a imunidade também se mostraram seguras durante a gestação.
Bibliografia:
Autora
Dra Maria Helena Cruz Rangel Da Silva
CRM mg 49563 RQE 28713
Médica Oncologista Clínica da clinica Oncocentro Bh