Câncer de Laringe
A laringe é o órgão do nosso organismo responsável pela fala e que auxilia também na respiração e deglutição. É dividida em três partes: a região supraglótica, a região glótica e a região infraglótica. O câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos que acometem esta área e 2% de todas as doenças malignas. Em todo o mundo são estimados mais de 150 mil novos casos para 2012, enquanto que no Brasil são estimados cerca de 6 mil novos casos por ano.
Os sintomas deste tipo de câncer dependerão de qual região da laringe o tumor está localizado, sendo que tumores mais altos, como o de supraglote, podem gerar dificuldade e dor para deglutir, enquanto que tumores da glote cursam com rouquidão progressiva. Nos casos de tumores avançados o paciente poderá ter, além de rouquidão e dor para deglutir, falta de ar e dor no ouvido.
A maioria dos casos é causado por cigarro, independente do tipo de cigarro usado e se o paciente traga ou não a sua fumaça. A associação com o alcoolismo potencializa o efeito do cigarro e aumenta o risco do paciente.
O tratamento destes tumores dependerá da idade e estado geral do paciente, além do estadiamento do tumor (se o tumor está avançado ou não e se há a presença de linfonodos – ínguas – no pescoço). Geralmente tumores iniciais são tratados com cirurgia conservadora (ressecção parcial da laringe, mas preserva a voz do paciente) ou então com radioterapia. Para tumores avançados há dois caminhos: se são menos avançados podemos indicar a quimio e radioterapia juntos; se são mais avançados o tratamento padrão é a laringectomia total, seguida de radioterapia com ou sem quimioterapia. É fundamental que o paciente receba o suporte de toda uma equipe multidisciplinar, com nutricionista, dentista, fonoaudióloga, psicóloga, assistente social, oncologista, radioterapeuta e cirurgião de cabeça e pescoço, que não apenas indicará o tratamento mais adequado, mas acima de tudo apoiará na reabilitação e suporte ao paciente durante e após o tratamento oncológico.
Se detectado no início as taxas de curam do câncer de laringe são superiores a 90% dos casos. Nos casos avançados a taxa de cura gira em torno de 30%. Por isso o diagnóstico precoce é fundamental para a cura. Mas, mais importante que o diagnóstico precoce é a prevenção primária destes tumores, ou seja, NÃO FUMAR.
Rererências bibliográficas:
Forastiere A et al. Concurrent Chemotherapy and Radiotherapy for Organ Preservation in Advanced Laryngeal Cancer N Engl J Med 2003;349:2091-8.
Pfister DG et al. Head and Neck Cancers. J Natl Compr Canc Netw 2011;9:596-650
Harrison LB, Sessions RB, Wang WK. Head and neck cancer. A multidisciplinary approach. Lippincott Williams & Wilkins; Third edition (September 17, 2008).
Autor:Dra. Aline Lauda Freitas Chaves
CRM MG 35013 RQE 12899 Oncologista Clinica do Hospital São João de Deus e Associação de Combate ao Câncer do Centro Oeste de Minas – Divinópolis, MG Mestre em Ciências da Saúde – UFSJ Ex Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – regional MG |