Drogas que atuam sobre o osso reduzem recidiva do câncer de mama

Drogas que atuam sobre o osso reduzem recidiva do câncer de mama

Estudo austríaco apresentado há duas semanas no San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS) ,o mais importante congresso relacionado ao câncer de mama, mostrou que o denosumab, uma droga que tem como efeito aumentar a resistência do osso, é capaz de reduzir as chances do câncer de mama voltar após a cirurgia. 

Após a cirurgia, um grande número de pacientes com câncer de mama recebe tratamento hormonal com a finalidade de aumentar as chances de cura da doença (chamado de tratamento adjuvante). Os inibidores de aromatase (letrozol, anastrozol e exemestane) são uma importante classe de medicamentos hormonais e cumprem seu papel de forma eficaz. Seu uso no longo prazo contudo está associado a osteopenia, osteoporose e aumento do risco de fraturas ósseas.

Um grupo de drogas chamado bisfosfonatos (o principal medicamento dessa classe é o ácido zolendrônico) já há algum tempo vem sendo estudado para uso em conjunto com os inibidores de aromatase no tratamento adjuvante do câncer de mama. Uma metaanálise (análise conjunta de vários estudos) publicada esse ano na revista Lancet mostrou que o uso desses medicamentos, em mulheres na pós menopausa, reduziu o número de problemas ósseos e também reduziu a incidência de metástase óssea e também aumentou a sobrevida dos pacientes tratados.

No congresso de San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS) 2015 foi apresentado os dados do estudo austríaco ABCSG-18. Nesse estudo o denosumab, medicamento que também atua sobre o osso foi avaliado em mulheres pós menopausa recebendo inibidores de aromatase como tratamento adjuvante. Novamente foi demostrado um benefício duplo: reduzir a osteoporose e reduzir a recidiva da doença.

 

Referências:

1) Lancet. 2015;386:1353-1361

2) ABCSG-18 trial presented at San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS) 2015

 

Autor:

Dr. Volney Soares Lima
CRM MG 33029 / RQE 15235

Médico Oncologista Clínico do Hospital Felicio Rocho, da clinica Oncocentro BH, da Urológica e do IPSEMG

Membro Titular Sociedade Brasileira Oncologia Clinica

Membro da ESMO

 

 

Comments (2)

  1. Marineide Sarmento Fagundes - Responder

    Fiquei muito interessada nesse estudo, estou tratando com VC no IPSEMG. O meu tipo de tumor era triplo negativo, entrei na menopausa durante a químico e gostaria de saber se esse medicamento se aplica no meu caso.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *