Tomografia Computadorizada e o Risco de Câncer
A tomografia computadorizada (CT scan) é uma excelente técnica diagnóstica, e novos usos clínicos têm sido identificados. Como resultado, as taxas de uso de CT scan aumentaram rapidamente nos Estados Unidos e em outros lugares nos últimos 10 anos. Apesar de o beneficio imediato para o paciente ser substancial, a alta taxa de radiação da tomografia comparada com a radiografia convencional levanta preocupações relacionadas à saúde, principalmente para crianças, que são mais radiossensíveis que adultos.
Foi feito um estudo de coorte retrospectivo observacional (analisa-se determinado aspecto de uma amostra populacional nos anos anteriores), incluindo pacientes sem doença maligna prévia que fizeram o primeiro CT scan entre 1985 e 2002, quando tinham menos de 22 anos de idade. A pesquisa buscou associação entre risco de leucemia e tumores cerebrais pós exposição a CT scan em crianças e adultos jovens.
Por esses cânceres serem relativamente raros, o risco cumulativo absoluto foi pequeno: em 10 anos após o primeiro CT scan em pacientes com menos de 10 anos de idade, um caso de leucemia e um caso de tumor cerebral por 10 000 scans foi estimado. Contudo, foi obervado que o uso de CT scans em crianças em doses cumulativas de 50mGy podem triplicar o risco de leucemia, e doses de 60mGy podem triplicar o risco de tumores cerebrais.
Não obstante, mesmo que os benefícios clínicos devam ser superiores aos pequenos riscos, as doses de radiação do CT scan devem ser mantidas as mais baixas possíveis, e procedimentos alternativos que não envolvam radiação ionizante devem ser considerados.
(esse é um resumo do artigo ‘Radiation exposure from CT scans in childhood and subsequent risk of leukaemia and brain tumours:
a retrospective cohort study’, publicado em junho/2012 em www.thelancet.com)
Autor:Dr. Volney Soares Lima CRM MG 33029RQE 15235Médico Oncologista Clínico do Hospital Felicio Rocho, da clinica Oncocentro BH, da Urológica e do IPSEMG Membro Titular Sociedade Brasileira Oncologia ClinicaJúlia XavierAcadêmica do 4º ano de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais |