Imunoterapia para câncer de cabeça e pescoço.

Imunoterapia para câncer de cabeça e pescoço.

Vamos conversar um pouco hoje sobre outra novidade apresentada no congresso da sociedade europeia de oncologia ( ESMO). O uso da imunoterapia no câncer de cabeça e pescoço. Entende-se por câncer de cabeça e pescoço aquele que acomete estruturas como a língua, o palato, faringe e laringe.

O câncer de cabeça e pescoço é uma doença agressiva, mutilante que acomete e/ou mata 600 mil pessoas por ano no mundo. Para os pacientes onde a doença volta com menos de 6 meses após usarem quimioterapia a base de platina, quimioterápico clássico para esta doença, as opções de tratamento são escassas e pouco efetivas. A imunoterapia pode ser uma esperança.

Pesquisa americana publicada este mês avaliou a imunoterapia nos pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Foram selecionados 361 pacientes com câncer de cabeça e pescoço do tipo escamoso, que haviam recebido quimioterapia com platina há menos de 6 meses e apresentaram recidiva da doença. Todos os pacientes tinham que ter boa condição clinica e exames de sangue com boa função do rim, fígado e medula óssea. Foram excluídos pacientes com metástases no cérebro, portadores de doença auto imune, usuários de drogas que diminuem a imunidades, portadores de hepatite B ou C e portadores do vírus HIV.

Os pacientes foram divididos em dois grupos de maneira aleatória: um grupo receberia imunoterapia com Nivolumabe e o outro quimioterapia tradicional a escolha do médico assistente. Um detalhe: o grupo do Nivolumabe recebeu o dobro de pacientes que o grupo da quimioterapia convencional. O objetivo principal do estudo era avaliar o tempo de vida, mas outras questões também foram analisadas.

O grupo de pacientes que usou o nivolumabe teve um tempo de vida em média 2,4 meses maior que o grupo que usou a quimioterapia. Além disso, depois de um ano, o grupo do nivolumabe tinha 19% a mais de chance de estar vivo que o grupo da quimioterapia. A imunoterapia ainda ganhou em termos de maior redução do tumor, tempo sem crescimento do tumor, menos efeitos colaterais e melhor qualidade de vida tanto física quanto social. Resultados animadores para uma doença frequente e tão agressiva!

Bibliografia:

http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1602252

 

Autores

Dra Maria Helena Cruz Rangel Da Silva
CRM mg 49563 RQE 28713
Médica Oncologista Clínica da clinica Oncocentro Bh

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