Marcadores tumorais: para quê servem e o que são
Marcadores tumorais são usados para ajudar a diagnosticar, detectar recidivas e manejar alguns tipos de câncer. São protéinas produzidas pelo tumor, por células em resposta a presença do tumor ou até mesmo, em condições benignas. Podem ser detectadas no sangue, urina, tecido tumoral ou outros tecidos e fluidos de pacientes. Há algumas limitações ao seu uso, porque não são todos os cânceres que expressam algum marcador tumoral e em contrapartida, alguns apresentam mais de um marcador. Recentemente, alguns padrões de alterações genéticas também vem sendo usados como marcadores tumorais.
Níveis elevados sugerem a presença de câncer porém sozinhos não são capazes de dar diagnóstico, até porque existem condições em que não há câncer porém há aumento de marcadores. O diagnóstico somente é confirmado pela biópsia.
Em alguns casos e em alguns tumores, refletem o quão a doença está avançada e também seu prognóstico. Podem ser usados como auxílio à avaliação de resposta ao tratamento: em níves normais está respondendo, ao passo que a elevação sugere que o tumor não está respodendo. Em pacientes que já terminaram o tratamento, serve para auxiliar no segmento e identificar possíveis recorrências da doença, sendo dosados continuamente ao longo do tempo nesses casos.
Ainda não há um método de dosagem de marcadores tumorais que possibilitem que sejam empregados como forma de diagnóstico precoce, quando ainda não há sintomas da doença. Para isso, o teste deve ser capaz de identificar corretamente quem tem a doença e também excluir quem não tem a doença.
Alguns exemplos dos marcadores tumorais mais usados na nossa prática:
– Alfafetoproteína: câncer de fígado e alguns tumores germinativos. Auxiliam no diagnóstico, resposta ao tratamento, seguimento e prognóstico. Dosado no sangue;
– CA 15-3/ CA 27.29: câncer de mama. Avaliam resposta ao tratamento e auxiliam na recorrência. Dosado no sangue;
– CA 19-9: câncer de pâncreas, vias biliares e estômago. Auxilia no diagnóstico e avalia resposta ao tratamento. Dosado no sangue;
– CA 125: câncer de ovário. Auxilia no diagnóstico, resposta ao tratamento e detecção de recorrência. Dosado no sangue;
– CEA: câncer colorretal principalmente, e alguns outros. Avalia resposta ao tratamento e auxilia na detecção de recorrencia. Dosado no sangue;
– CD20: Linfoma não-Hodgkin. Avalia se tratamento com droga alvo é apropriado. Dosado no tecido do tumor;
– Receptor estrógeno/receptor progesterona: câncer de mama; avalia se no tratamento será usado hormonioterapia. Detectado no tecido do tumor;
– HER-2: câncer de mama, câncer gástrico e adenocarcinoma da junção esofago-gástrica. Determina se há benefício em com droga alvo. Detectado no tecido do tumor.
– PSA: câncer de prostáta. Auxilia no diagnóstico, avalia resposta ao tratamento e ajuda na recorrencia. Dosado no sangue.
Referência: https://www.cancer.gov/about-cancer/diagnosis-staging/diagnosis/tumor-markers-fact-sheet#q1
Autora
Dra. Milena Macedo Couto. CRM 57978
Médica residente do serviço de oncologia do Hospital Felicio Rocho