Mesotelioma pleural e sua relação com o Amianto

Mesotelioma pleural e sua relação com o Amianto

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de amianto (asbesto). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, publicados em 2011, estima-se que cerca de 92.000 pessoas morrem em todo o mundo devido a exposição ao asbesto. O asbesto é um tipo de  sal mineral fibroso que possui resistência química , térmica e grande flexibilidade. É utilizada em uma série de produtos comerciais como telhas, chapas de revestimento, tubos, freios e embreagens, produtos têxteis, isolantes térmicos etc.

As principais doenças relacionadas ao contato com o amianto são o câncer de pulmão, a asbestose e o mesotelioma pleural.

O mesotelioma pleural é um tipo raro de câncer  que está fortemente relacionado ao contato com o asbesto. Cerca de 80% das pessoas com o diagnóstico tiveram exposição a essa substância, a maior parte das vezes relacionada a seu trabalho. Portanto é uma doença que pode ser prevenida!

Os principais sintomas do mesotelioma pleural são falta de ar, dor no peito e emagrecimento. O paciente normalmente tem história de contato com o amianto em seu local de trabalho.

A tomografia de tórax é um exame importante na avaliação do paciente e pode mostrar espessamento da pleura (espécie de membrana dupla que envolve o pulmão) ou a presença de liquido em seu interior.

O diagnóstico definitivo é dado através da biopsia, que normalmente é realizada por um cirurgião torácico. Em alguns casos selecionados os exames de ressonância magnética e o PET CT também podem adicionar informações ao planejamento do tratamento.

Nem sempre o diagnóstico de mesotelioma pleural é simples, e deve envolver um patologista experiente, pois os resultados da biopsia podem se confundir com outras doenças  e também com outros tumores. O exame de   imunohistoquímica  (exame no qual o material retirado pela biopsia é estudado profundamente utilizando marcadores) deve ser sempre solicitado.

Existem três subtipos de mesotelioma pleural:

●      epitelióide,

●      bifásico

●      sarcomatóide.

O tratamento é individualizado e os casos preferencialmente devem ser avaliados em centros de referência. A quimioterapia mostrou aumentar o tempo de vida dos pacientes e o regime padrão atualmente é a combinação de Cisplatina com o Pemetrexed ou Raltitrexed. A cirurgia e a radioterapia também podem ser utilizadas em casos selecionados.

Referências:

1) Delgermaa V, Takahashi K, Park EK et al. Global mesothelioma deaths reported to the World Health Organization between 1994 and 2008. Bull World Health Organ 2011; 89: 716–724

2) Vogelzang NJ, Rusthoven JJ, Symanowski J et al. Phase III study of pemetrexed in combination with cisplatin versus cisplatin alone in patients with malignant pleural mesothelioma. J Clin Oncol 2003; 21: 2636–2644.

3) Van Meerbeeck JP, Gaafar R, Manegold C et al. Randomized phase III study of cisplatin with or without raltitrexed in patients with malignant pleural mesothelioma: an intergroup study of the European Organisation for Research and Treatment of Cancer Lung Cancer Group and the National Cancer Institute of Canada. J Clin Oncol 2005; 23: 6881–6889.

4) Guideline Esmo 2015 Annals of Oncology 00: 1–9, 2015

 

Autor:

– Dr. Volney Soares Lima

CRM MG 33029 / RQE 15235

Médico Oncologista Clínico do Hospital Felicio Rocho, da clinica Oncocentro BH, da Urológica e do IPSEMG

Membro Titular Sociedade Brasileira Oncologia Clinica

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