Novidades de Chicago parte 1

Novidades de Chicago parte 1

Chicago é uma das cidades mais legais dos Estados Unidos, principalmente no verão. É em Chicago onde é realizado, todo ano, o maior congresso de oncologia do mundo: o congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a ASCO. Na primeira semana de junho/2016, cerca de 40.000 participantes discutiram ativamente os principais temas relacionados ao câncer. É também no congresso da ASCO onde são apresentados os resultados dos trabalhos científicos mais inovadores do mundo. Nesse post vamos reportar alguns dos dados mais relevantes sobre o que aconteceu no ASCO 2016.

Câncer de pâncreas: Foi apresentado o estudo ESPAC-4. No câncer de pâncreas, quando se consegue operar e retirar todo o tumor, normalmente é oferecido um tratamento complementar com quimioterapia, chamada quimioterapia adjuvante. O tratamento padrão consistia na quimioterapia utilizando uma droga chamada gencitabina. O estudo ESPAC-4 comparou a gencitabina isolada com um tratamento onde se utilizou a combinação de duas drogas: gencitabina e capecitabina. Os pacientes tratados com a combinação de drogas apresentou um resultado significativamente melhor. Esse estudo irá mudar a conduta no tratamento dos pacientes com câncer de pâncreas ao redor do mundo.

Nova droga no tratamento do câncer de bexiga: Foram apresentados dados do uso do Atezolizumab, uma droga nova da classe dos imunoterápicos, no tratamento do câncer de bexiga metastático em duas situações distintas:

– Pacientes que haviam recebido tratamento com quimioterapia de primeira linha utilizando um esquema contendo a cisplatina, quimioterapico muito ativo no câncer de bexiga.

– Pacientes com câncer de bexiga metastático que por algum motivo não podiam receber cisplatina como tratamento de primeira linha.

Os resultados foram muito animadores, com boas taxas de resposta. Além disso alguns pacientes que responderam tiveram respostas duradouras.

Com base nesses dados, o FDA aprovou o atezolizumab para o tratamento do carcinoma urotelial de bexiga (o tipo de tumor mais comun desse órgão) nos Estados Unidos.

Câncer de mama: Vale a pena estender o tratamento hormonal para mais de cinco anos. O tratamento hormonal adjuvante (aquele que é administrado após a cirurgia e tem o intuito de aumentar as chances de cura) consistia em tratamento com uma droga da classe dos inibidores de aromatase por um total de cinco anos, ou por dois a cinco anos após tratamento com tamoxifeno.

Foi apresentado no congresso da ASCO os resultados do estudo MA.17R, que avaliou o uso do letrozol, um inibidor de aromatase, por mais cinco anos além do tratamento considerado padrão.

Os resultados foram um aumento significativo da sobrevida livre de doença, um importante end point na oncologia.

Em um próximo post falaremos sobre outras novidades e inovações no tratamento do câncer.

 

Referências:

1)http://www.fda.gov/NewsEvents/Newsroom/PressAnnouncements/ucm501762.htm

2)https://am.asco.org/abstracts

 

Autor

Dr. Volney Soares Lima
CRM MG 33029 / RQE 15235
Médico Oncologista Clínico do Hospital Felicio Rocho, da clinica Oncocentro BH e do IPSEMG
Membro Titular Sociedade Brasileira Oncologia Clinica

 

 

Comments (3)

  1. Maria Leia Peteira Macedo - Responder

    Dr. Volney, no programa Bem Estar, eles mostram, esse evento com muitos oncologistas presente. Logo conclui wue você estava la. Parabens, sucesso sempre ao sr.e que traga sempre novidades para nõs pacientes! Eu como paciente do sr. Dr. Volney, sou muito agradecida, pelo seus cuidados com todos os seu pacientes. Parabens, e o nosso muito obrigada!

  2. Pingback: Câncer de bexiga: principais sintomas - Falando Sobre CancerFalando Sobre Cancer

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