O papel da esperança nas familias do paciente com câncer terminal

O papel da esperança nas familias do paciente com câncer terminal

Cuidar de um paciente com câncer terminal em casa não é tarefa fácil. É bem estabelecido que a saúde física e mental de um familiar que cuida de um parente com câncer terminal pode ser afetada. Pouco se fala, no entanto, de como podemos intervir neste momento para melhorar a carga emocional nestes familiares. Vamos reportar os achados de um estudo europeu a esse respeito. Vale a pena ler até o final!!

Pesquisadores de Viena recrutaram familiares que se julgavam responsáveis pelo cuidado de pacientes com câncer terminal, ou seja, pacientes com expectativa de vida menor que 6 meses. Os cuidadores também deveriam ter mais de 18 anos, serem fluentes em alemão e capazes de entender o termo de consentimento da pesquisa.

Os contatos entre pesquisadores e cuidadores eram feitos por email ou telefone por um periodo médio de 9 meses. As avaliações eram feitas através de um questionário padrão que era enviado para todos os participantes no início da avaliação e nos contatos subsequentes. Este formulário só era modificado após a morte do paciente.

Eram avaliados: idade, gênero, relação com o paciente, duração do período de cuidado, percepção do peso do cuidado e percepção da esperança. Além disso, escalas médicas foram usadas para verificar a possibilidade de depressão, ansiedade e alcoolismo.

Duzentos e sessenta e cinco pessoas preencheram o primeiro formulário, apenas 80 continuaram a responder os demais questionários. As características entre os desistentes e os que permaneceram até o final eram semelhantes.

Alguns achados do estudo são bem interessantes: com o passar do tempo, as taxas de ansiedade e stress pós traumático foram caindo, as taxas de alcoolismo e depressão se mantiveram estáveis; além disso a morte do paciente não foi determinante na mudança de estado psicológico dos cuidadores. Mas o mais interessante é que os cuidadores que desenvolveram quadro de ansiedade e depressão foram os que relataram niveis mais baixos de esperança no início do acompanhamento. Parece que a esperança, além de amenizar o período de cuidado, protege o cuidador após.

Bibliografia:

Rumpold T. et al. Hope as determinant for psychiatric morbidity in family caregivers of advanced cancer patients. Psycho-oncology. 2016.

 

Autora

Dra Maria Helena Cruz Rangel Da Silva
CRM mg 49563 RQE 28713
Médica Oncologista Clínica da clinica Oncocentro Bh

Comments (2)

  1. Juanita Farias dos Santos - Responder

    Bom dia a todos, conheci o falando sobre câncer há pouco tempo. Diagnosticado com colangiocarcinoma no fígado, estou em tratamento desde dezembro/14. O que eu observo é que a pesar dos avanços da medicina, os médicos oncologistas ainda estão muito inseguros quando da definição dos tratamentos. Muitos profissionais curiosos na área te pegando pra cobaia. De forma Inconsciente eles te dão centencia de morte. Com frases do tipo: essa neoplasia é altamente letal, nao temos na literatura médica ninguém com sobrevida tão longa qto você. Muito triste.

  2. Muito interesantem mais comento minha experiência, passei absolutamente sozinh o meu tratamento, sem poder contar com apoio de ninguen, mas q eu mesma, mas bem dentro de minhas possibilidades segui ajudando ao meu Pai,Graças a Deus tudo esta correndo bem,creio q conta muito o amor próprio e o desejo de estar bem em qualquer circunstancia, Abz, muito obrigada, minto ao decir sozinham pois sempre lei mucho m artículos e livros q me ajudaram muito.

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