Olaparib: Nova droga aprovada para câncer de ovário
Recentemente foi aprovado pela ANVISA no Brasil, o uso de Olaparib, nova medicação para tratamento de câncer de ovário em mulheres com doença avançada que apresentam mutação no gene BRCA. E também novos dados serão publicados sobre essa mesma droga, mostrando benefícios no câncer de mama avançado já submetido a vários tratamentos e também com mutação no BRCA.
Lembrando que os genes BRCA1 e BRCA2 são alguns dos genes do nosso organismo que constituem os genes supressores de tumor. Esses genes são responsáveis em reconhecer anormalidades no crescimento das células impedindo o desenvolvimento de tumores. Quando estes genes estão mutados, não são mais capazes de reconhecer defeitos celulares, levando ao câncer. A análise é feita através de exame de sangue. Estima-se que entre 10 a 15% dos casos de câncer de ovário apresentem a mutação. Essa mutação é uma herança genética frequente em famílias com história de câncer de mama e ovário.
O Olaparib foi a primeira medicação da classe chamada inibidores da PARP. A enzima PARP “conserta” o DNA das células malignas permitindo que elas continuem se multiplicando. Os principais efeitos colaterais da medicação são náuseas, vômitos, fadiga e anemia, majoritariamente de intensidade leve. É uma droga de melhor tolerância do que as quimioterapias convencionais.
A medicação é indicada para pacientes portadoras de câncer de ovário avançado e de mutação em BRCA1 e BRCA2 que já foram submetidas a vários tipos de tratamento com quimioterapia. Vários estudos mostraram o benefício da droga, com aumento em tempo livre de doença. Já no caso do câncer de mama, dados preliminares de estudo que incluiu pacientes com doença metastática, mutação em BRCA1 e 2 e que já haviam recebido vários tratamentos, o olaparib conseguiu mostrar maior controle da doença em relação a quimioterapia.
Estamos evoluindo para tratamentos personalizados, baseados na análise genética do indivíduo, podendo saber quem é que realmente terá o benefício da droga. Além disso, as drogas alvo atacam as células cancerígenas sem comprometer as celular saudáveis, ao contrário da quimioterapia tradicional.
http://dx.doi.org/10.1200/JCO.2014.56.2728
Autora
Dra. Milena Macedo Couto. CRM 57978
Médica residente do serviço de oncologia do Hospital Felicio Rocho
Cristiane Barroso -
Muito bom, saber que as pesquisas estão avançando nas medicações contra o câncer. Melhor ainda é saber que os efeitos colaterais, dos novos medicamentos, estão cada vez menores.
FalandoSobreCâncer -
obrigado
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