Câncer de útero na mulher idosa
O câncer de endométrio, nome da camada interna do útero, é muito menos comum no Brasil que em países desenvolvidos, mas ocupa a sexta posição nos tumores mais comuns na mulher brasileira. A maior parte das pacientes tem diagnóstico na terceira idade, com média de idade ao diagnóstico aos 62 anos e aumento no número de casos em pacientes acima de 80 anos esperado para as próximas décadas. E é exatamente nas pacientes mais velhas que o risco de morte por câncer de útero é maior.
Os motivos da maior mortalidade por câncer de útero em mulheres mais idosas são vários:
– Diagnóstico em estágio mais avançado;
– Tumores mais agressivos;
– Menor uso de terapias agressivas.
O tratamento padrão do câncer de útero começa com cirurgia para remoção do útero e algumas estruturas ao seu redor incluindo ovários, seguido de radioterapia e/ou quimioterapia como tratamento complementar quando indicado.
Ao mesmo tempo em que as pacientes idosas são mais propicias a ter tumores mais agressivos e avançados que precisam de mais do que a cirurgia para tratamento, elas são pacientes com menor tolerância a estes tratamentos. Na tentativa de não privar estas pacientes de um tratamento mais adequado sugere se que a escolha do tratamento não seja apenas pela idade, mas sim por uma avaliação mais global onde são consideradas outras doenças, número de medicações usadas e o grau de atividade da paciente. Uma avaliação geriátrica completa é capaz de prever complicações prováveis do tratamento, tempo de internação hospitalar, possibilidade de reinternações e expectativa de tempo de vida mais precisa.
A obesidade é outro fator complicador: além de ser um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de útero, ela traz consigo comorbidades como o diabetes e os problemas do coração que dificultam a tolerância a tratamentos mais agressivos.
Bibliografia:
http://meetinglibrary.asco.org/content/158668-176
Autora:
Dra Maria Helena Cruz Rangel Da Silva
CRM mg 49563 RQE 28713
Médica Oncologista Clínica do Oncocentro bh