Câncer de Próstata – Fatores de Risco

Câncer de Próstata – Fatores de Risco

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, 1 a cada 6 homens acima de 45 anos podem desenvolver o Câncer (CA) de Próstata.  O câncer de próstata é considerado o câncer da 3ª idade visto que 3/4 dos casos ocorrem a partir dos 65 anos.

O avanço nas taxas de incidência pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e aumento na expectativa de vida dos brasileiros.

Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) revelam que são esperados o diagnóstico de cerca de 60.180 novos casos de câncer de próstata neste ano de 2012 no Brasil, respondendo por cerca de 30,8% de todos os diagnósticos de câncer (excluindo-se os de pele). A região sudeste deverá ser responsável por cerca de 52% destes diagnósticos (31.400 casos) sendo somente em Minas Gerais 6.820 novos casos em 2012.

Os fatores de risco para o câncer  de próstata são, na maioria, desconhecidos e inevitáveis. Os dois fatores que apresentam certo consenso entra as fontes no que se refere ao aumento risco de desenvolvimento do CA de próstata são a idade e história familiar.

Sobre a história familiar como fator de risco, de acordo com Srougi, os riscos aumentam de 2,2 vezes quando um parente de 1º grau (pai ou irmão) é acometido pelo problema. De 4,9 vezes quando dois parentes de 1º grau são portadores do tumor e de 10,9 vezes quando 3 parentes de 1º grau tem a doença.

Nos casos de histórico familiar, recomenda-se que os homens façam exames preventivos Urológicos a partir dos 40 anos de idade. Em homens sem histórico familiar, a recomendação é de exame Urológico a partir dos 45 anos de idade.

Suspeita-se que as dietas ricas em gorduras saturadas (especialmente gordura animal) e pobre em fibras aumente o risco de Ca de próstata. Outro fator demonstrado nas pesquisas é que homens pouco expostos à luz solar tem um risco aumentado de CA de próstata. Parece que a radiação ultravioleta do sol exerce um efeito protetor contra a doença.

Trabalhos que trazem informações sobre raça/etnia como fator de risco para o aparecimento do Câncer de próstata em geral apresentam um certo consenso. Em relação a isso, são apresentadas faixas de risco alta, intermediária e baixa, situando-se os negros norte americanos na primeira, os brancos na segunda e os japoneses na terceira.

A exposição ao Cádmio – mineral que se encontra em quantidades mínimas na fumaça do cigarro e nas pilhas alcalinas – também é apontada com fator de risco para o câncer de próstata.

A adoção de hábitos saudáveis é uma forma de se prevenir as doenças em geral, aí podendo se incluir o CA de próstata, tais como comer adequadamente, controlar o peso, beber com moderação, limitar o uso de açúcar e sal, não fumar e praticar exercícios físicos. Em geral, recomenda-se uma dieta com baixos níveis de gordura animal, rica em fibras, frutas, vegetais e grãos.

Complementação dietética com Vitamina E, licopeno, uso de Finasterida e anti inflamatórios ainda necessitam trabalhos complementares para serem recomendados de maneira rotineira aos pacientes.

A melhor forma de se detectar o CA de próstata é representada pela combinação de toque retal e dosagem de PSA. O toque exclusivo falha em 30 % a 40% dos casos, as medidas de PSA falham em 20% mas a execução conjunta dos dois exames deixa de identificar o câncer em menos de 5% dos pacientes.

Recomendação do Ministério da Saúde do Brasil é de que todos os homens de 45 a 75 anos devem se submeter a exames de prevenção e diagnóstico precoce do CA de próstata. Em caso de presença de história familiar positiva (parentes de 1º grau – pai ou irmãos) com CA de próstata conforme discutido anteriormente é recomendado o início das visitas aos consultórios Urológicos a partir dos 40 anos de idade.

Além disso, uma vida saudável continua sendo a melhor forma de nos prevenirmos contra está doença tão prevalente na sociedade.

Bibliografia:

1. Gomes R, et al. A prevenção do câncer de próstata: uma revisão da literatura. Ciência e saúde coletiva, 13 (1): 235-246, 2008.

2. Instituto Nacional de Câncer. Síntese de resultados e comentários (texto na internet) 2012. (Acessado 2012 Mar 05). Disponível em : HTTP://www.Inca.gov.br/estimativas/2012

3. Srougi M. Próstata: isso é com você. São Paulo: Publifolha; 2003

4. Brasil. Ministério da Saúde. Sistema Nacional de Auditoria, Departamento de Auditoria do SUS. Aumenta a incidência de Câncer de Próstata. (texto na internet) 2005.(acessado em 2012 Mar 05). Disponível em http://sna.saude.gov.br.

5. Sociedade Brasileira de Urologia. Doenças da próstata: vença o tabu. Rio de Janeiro: Elsevier – Sociedade Brasileira de Urologia; 2003.

 

Autor:Dr. Denilson Santos Custódio
CRM 36 818RQE 16090Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia
Urologista do Hospital Felício Rocho – Belo Horizonte – MG
Membro da Unidade de Transplantes do Hospital Felício Rocho
Especialização em Cirurgia Minimamente Invasiva – Cleveland Clinic – USA
Especialização em Câncer Urológico – Norris Cancer Center – USC – Los Angeles – USA

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