Mamografia no diagnóstico do Câncer de Mama
Ao longo dos anos, tanto no cenário internacional quanto no Brasil, observamos uma evolução favorável no que se refere aos cuidados da saúde da mulher. Não obstante a esse progresso, a população feminina continua sofrendo com o câncer de mama, que se tornou, além de um problema social e econômico, um problema de saúde pública. É o câncer mais frequente da mulher e o número de casos cresce a cada ano. No Brasil, segundo dados do ministério da saúde, divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer ( INCA ) , em 2012 mais de 12 mil mulheres morrerão da doença. Neste contexto, a ansiedade que paira no universo feminino, gera uma pergunta constante: O que eu posso fazer para evitar o câncer de mama? Como preveni-lo? Deparamo-nos, então, com a palavra Prevenção que perde o significado de “Evitar que algo aconteça” e ganha a conotação: “descobrir a doença mais cedo possível” .
Sabe-se que a detecção dos tumores mamários na fase inicial do seu desenvolvimento é considerada o fator mais importante para o sucesso do tratamento e para se alcançar a cura. A busca pelo câncer de mama precoce na população é baseada na realização periódica da mamografia em mulheres sem sintomas (Rastreamento). O câncer de mama apresenta uma fase, em que não pode ser detectado pelo exame físico das mamas, mas, a mamografia é capaz de detectá-lo.
Atribui-se à disseminação do rastreamento mamográfico associado aos avanços no tratamento, a redução do número de mortes pelo câncer de mama observada em alguns países. O primeiro estudo na população, que investigou o impacto do uso anual da mamografia na mortalidade pelo câncer de mama foi realizado na década de 1960 nos Estados Unidos e é conhecido como Health Improvement Plan ( HIP ). Este estudo mostrou redução de quase um terço no número de mortes pelo câncer de mama no grupo de mulheres submetidas ao rastreamento mamográfico e orientou a realização de outros estudos similares no Canadá, Reino Unido e Suécia.
A sensibilidade da mamografia em detectar tumores varia de 64% a 78% nos programas de rastreamento de vários países. A detecção mamográfica de pequenos tumores possibilita, ainda, um maior número de opções de tratamento, aumenta as chances de cirurgias não mutiladoras e reduz a necessidade da quimioterapia. Mas será que as mulheres entendem a importância da mamografia? Uma recente e inédita pesquisa encomendada pela federação Brasileira das Entidades Filantrópicas de apoio à Saúde das Mamas ( FEMAMA) junto ao Instituto Datafolha avaliou o conhecimento das mulheres brasileiras sobre o câncer de mama, em quatro grandes capitais. Os resultados foram surpreendentes: somente 35% das brasileiras citaram a mamografia como a melhor forma de detecção precoce do câncer de mama, apesar da grande maioria reconhecer que o diagnóstico precoce dos tumores mamários aumenta a possibilidade de cura de 49% para 75 %. A Sociedade Brasileira de Mastologia e as principais sociedades médicas Norte-Americanas recomendam o rastreamento mamográfico a partir dos 40 anos. Por outro lado, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam iniciar o rastreamento mamográfico somente aos 50 anos. Sendo assim, caberá à paciente discutir com seu mastologista com qual idade iniciará seu rastreamento e também com qual periodicidade deverá fazê-lo . O médico avaliará outros fatores tais como a densidade mamária, o risco individual de cada paciente e o benefício de outros exames, que associados à mamografia possam garantir a “prevenção” tão desejada.
Referências:
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Autor:Dra. Erika Monteiro P. Mourão CRM : 32793RQE 14331Graduada em medicina pela FCMMG Residência Médica em Cirurgia Geral Hospital Universitário São José Residência Médica em Mastologia Hospital Felício Rocho Mastologista do Hospital Felício Rocho |