Tabagismo e Câncer

Tabagismo e Câncer

O tabagismo é uma tóxico dependência física e psíquica do consumo de nicotina, uma das substâncias presente no tabaco, na sua forma mais usual – cigarro.

O hábito de fumar cigarro iniciou na Europa em 1580, por Walter Raleigh, pessoa de confiança de Elizabeth I. Sua popularização se deu a partir de 1881, quando foi inventada a maquina que os manufaturava.

Atualmente, está isolado no cigarro 4.720 substâncias, a maioria cancerígena, contra 2.400 isoladas na década de 80.

No final do século XX, o tabagismo foi considerado a principal causa de morte EVITÁVEL. (WHO, 1999).

No Brasil, 90% dos fumantes ficam dependentes entre os 5 e 19 anos de idade, mas na faixa de 20 a 49 anos que está o maior número de fumantes.

Admite-se que ocorrerão 4,9 milhões de mortes/ano, ou seja 10 mil/dia, de pessoas com idade entre 35 e 69 anos, em decorrência de doenças relacionadas ao tabagismo (2003).

O número de mulheres que usam o cigarro tem mais que triplicado em relação aos homens, mesmo nos países desenvolvidos. No Brasil, o câncer de pulmão e pâncreas são os mais letais.  Foi previsto para 2010/11, 28.000 novos casos de câncer de pulmão, sendo 18.000 em homens e 10.000 nas mulheres.

No GLOBOCANCER (2008) concluíram que são esperados 12.7 milhões de casos novos de câncer, 7.6 milhões de mortes no mundo por câncer, sendo 1.3 milhões por câncer de pulmão.

Está comprovado que, no Brasil, os dados abaixo descritos são causas de morte diretamente relacionados ao tabagismo (INCA – Ministério da Saúde) :

200 mil mortes/ano, 23 mortes por hora,

25% das mortes por doença coronariana, sendo 45% com idade abaixo de 65 anos,

85% das mortes por enfisema e bronquite crônica,

92% por câncer de pulmão, e 1/3 do restante em fumantes passivos,

30% de outros canceres, boca, laringe, esôfago, bexiga, fígado e pâncreas

Especificamente nas mulheres, as doenças cardíacas, e principalmente vasculares, o tabagismo associado ao uso de anticoncepcionais (hormônios), eleva em ate 20 vezes a probabilidade de infarto do miocárdio, embolia pulmonar, e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, flacidez, envelhecimento precoce, fetos com baixo peso, infertilidade e masculinização da voz, são alguns dos outros problemas ligados ao hábito de fumar.

As entidades internacionais estimam que US$ 200 bilhões serão gastos no mundo para tratar de doenças relacionadas ao tabagismo. Ainda hoje o tabagismo concorre como causa única de morte, com a soma das mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídios e acidentes, o que é no mínimo incrível.

A maior luta para esta dependência como para as outras se faz por campanhas de entidades governamentais, como Ministério da Saúde e outros.

Como todas as drogas, o melhor tratamento é evitá-las na sua primeira investida. A nicotina é o veiculo que induz a dependência química, levando no caso do cigarro os elementos cancerígenos em numero tão alarmante.

O grande tratamento desta terrível doença esta na PREVENÇÃO DO TABAGISMO.

Na nossa opinião essa iniciativa deve começar na infância, nas escolas primárias, por todos os meios de comunicação de massa, e mostrando exemplos. Muito importante salientar que, apesar de todo avanço tecnológico da medicina, exames, imagens (tomografia, ressonância, PET-scan), nada em tempo algum será tão eficaz quanto a PREVENÇÃO. Porque quando necessitamos usar de todo arsenal propedêutico e terapêutico existente para as consequências do tabagismo, certamente já se percorreu 80% de sua trajetória devastadora.

Existem vários métodos para classificar o nível de dependência de nicotina, afim de se elaborar uma estratégia terapêutica, sendo a mais usada a de Fagerström. Ressaltamos que de nada adiantara qualquer investida para tratamento da dependência química pela nicotina se esta iniciativa não partir do dependente.

Finalmente, o tratamento mais eficaz do carcinoma brônquico uma vez diagnosticado, é a cirurgia. Mesmo assim, em termos globais dos resultados, na melhor das hipóteses, somente 20% destes pacientes estarão vivos ao final de 5 anos.

NENHUM RESULTADO DE TRATAMENTO CONTRA O TABAGISMO SE COMPARA À PREVENÇÃO.

Referências:

Banco Mundial, 1999 – The World Bank (agosto)

World Health Organization (WHO) 2004

INCA (Instituto Nacional do Câncer)

Ministério da Saúde

 

Autor:Dr. Fernando Eloi de Almeida Filho

CRM MG 13287

Coordenador de Cirurgia Torácica do Hospital Felício Rocho

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