Câncer de próstata: diferenças entre negros e brancos

Câncer de próstata: diferenças entre negros e brancos

O câncer de próstata é o câncer mais comum no homem (excluindo o câncer de pele). Dados da literatura sugerem que os homens negros apresentam maior mortalidade por câncer de próstata quando comparado com os homens brancos. As razões para isso ainda não estão totalmente esclarecidas. Hoje falaremos sobre um importante estudo conduzido pelo grupo de urologia da Havard Medical School que mostra as diferenças entre os negros e os brancos (não-hispânicos) submetidos a cirurgia de próstata nos Estados Unidos.

Quando o câncer de próstata se encontra localizado, a cirurgia (chamada de prostatectomia radical) é uma modalidade de tratamento frequentemente empregada. O objetivo do estudo de Havard publicado recentemente na revista Jama Oncology foi comparar a evolução de 26.842 homens americanos (com idade superior a 65 anos), submetidos a cirurgia por câncer de próstata, entre os anos de 1992 e 2009. Uma das virtudes desse estudo era que todos os homens receberam assistência médica através do mesmo seguro de saúde, o Medicare (sistema de seguro de saúde gerido pelo governo dos Estados Unidos), diminuindo as diferenças sócio-econômicas entre os participantes do estudo.

Os principais resultados observados foram:

– Homens negros esperaram mais tempo para realizar a cirurgia do que os homens brancos.

– A qualidade da cirurgia realizada foi pior nos homens negros. A qualidade da cirurgia foi avaliada pela realização ou não de linfadenectomia- procedimento realizado durante a cirurgia onde são retirados gânglios linfáticos relacionados à próstata.

– O custo associado ao tratamento dos homens negros foi superior.

– No período pós-operatório, os homens negros tiveram maior número de idas aos serviços de emergência e maior número de readmissões hospitalares.

Não houve diferença na mortalidade por câncer de próstata entre homens brancos e negros.

Não se tem uma explicação clara para as diferenças observadas. Mas é importante ressaltar que a sociedade americana vem tentado reconhecer as diferenças de tratamento. Outro ponto relevante é de não ter havido diferença na sobrevida entre negros e brancos.

Referência

http://oncology.jamanetwork.com/article.aspx?articleID=2463623&utm_source=Silverchair%20Information%20Systems&utm_medium=email&utm_campaign=JAMAOncology%3ANewIssue

Autor

Dr. Volney Soares Lima
CRM MG 33029 / RQE 15235

Médico Oncologista Clínico do Hospital Felicio Rocho, da Clínica Oncocentro BH, da Urológica e do IPSEMG. Membro Titular Sociedade Brasileira Oncologia Clinica

 

 

 

 

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