Imunoterapia no tratamento do câncer de pulmão
O tratamento do câncer de pulmão metastático( aqui falaremos do câncer de pulmão não pequenas células) tem como principal objetivo aumentar o tempo de vida e melhorar a qualidade de vida do paciente. As armas terapêuticas até então empregadas são a quimioterapia e as drogas alvo moleculares. Dados recentemente publicados na revista The Lancet mostram que a imunoterapia, estratégia que vem sendo utilizada com sucesso em uma série de tumores, aumentou o tempo de vida de pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão.
Enquanto a quimioterapia e as drogas alvo tem ação direta sobre a célula tumoral a imunoterapia atua modificando a relação entre o tumor e o paciente. Explicando melhor: quando um tumor se desenvolve em um paciente, o câncer, de forma inteligente, cria maneiras para frear o sistema imune do paciente que tenta combatê-lo. O que a imunoterapia faz é, didaticamente falando, retirar o pé do freio e fazer com que o sistema imune do paciente enfrente o câncer.
O estudo KEYNOTE-010 publicado online em 19/12/2015 na importante revista The Lancet avaliou 1034 pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão que já haviam sido trados previamente com quimioterapia. O tratamento padrão para esses pacientes seria realizar um novo tipo de quimioterapia. A imunoterapia, no caso uma medicação chamada de pembrolizumab, foi então comparada com o tratamento quimioterápico padrão. Os pacientes tratados com a imunoterapia tiveram um tempo de vida superior.
O pembrolizumab retira o freio do sistema imune através de sua ação sobre um receptor chamado de PD1. Um dado interessante do estudo KEYNOTE-10 foi o fato de a que o benefício da imunoterapia foi observado na população geral do estudo mas principalmente naqueles pacientes cujos tumores expressavam uma molécula chamada de PDL1. Para esses pacientes o resultado da imunoterapia foi realmente impressionante.
Em relação aos efeitos colaterais vale ressaltar que os pacientes com câncer de pulmão tratados com a imunoterapia tiveram menor taxa de efeitos adversos do que aqueles tratados com a quimioterapia.Os efeitos colaterais mais comuns da imunoterapia são: fadiga, redução do apetite, prurido, hipotireoidismo, reações infusionais e pneumonite.
Referência:
1)DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)01281-7
Autor
Dr. Volney Soares Lima
CRM MG 33029 / RQE 15235
Médico Oncologista Clínico do Hospital Felicio Rocho, da clinica Oncocentro BH, da Urológica e do IPSEMG
Membro Titular Sociedade Brasileira Oncologia Clinica
Lícia Andrade -
Onde posso fazer este tratamento em Salvador Bahia?
FalandoSobreCâncer -
Já está em tratamento com algum oncologista aí em Salvador?
Ismael Alves -
Minha. Mãe tenhe câncer de pulmão de não pequenas avançardo. Ir não. Sei o q fazer. Ser opito pela quimo ou pela imuno qual o melhor
Marenice -
Meu pai tem câncer de pulmão iniciou o tratamento com químio e o resultado não foi satisfatório, o tratamento foi mudado p imunoterapia , já está na quinta sessão e essa semana vai fazer o exame Pet p sabermos como está , minha pergunta é, a imunoterapia tem cura ? Ou é só um paliativo ?
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